quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Super Cabide

É difícil encontrar um brasileiro que não tenha orgulho da Petrobras. Qualquer um enche a boca quando fala da Petrobras. "A maior empresa do país!" e "Uma estatal que funciona!" são algumas das frases que se escuta quando o assunto é essa empresa.

Realmente, a Petrobras é um dos motivos pelos quais um brasileiro pode ter algum orgulho hoje em dia. Uma empresa do governo, referência na perfuração de poços em grandes profundidades, com lucros muito acima do padrão nacional, enfim, uma empresa que funciona.

Mas nos últimos dias a empresa tem sido alvo de uma briga que pode colocar tudo isso a perder. O problema se iniciou com a disputa entre a ministra Dilma Rousseff da Casa Civíl e o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli. Os dois trocaram alguns diretores, colocando pessoas de sua "confiança" e disputando qual dos dois teria maior influência sobre a estatal. A disputa porém se estendeu para um nível muito mais baixo. Agora quem quer ter grande influência sobre a empresa é o PMDB!Como se não bastasse, o PT entrou na briga e também quer cargos de importância na diretoria.

É inadmissível que uma área como essa, que é de vital importância para o país, seja alvo de uma disputa tão baixa e mesquinha. A empresa referência nacional e orgulho de todo brasileiro não pode virar um cabide de empregos para partidos políticos que têm necessidade de controlar tudo no país como se fosse um brinquedo em suas mãos. Isso só transformaria a Petrobras numa outra Embraer. Todos nós sabemos como a estatal do setor aéreo era administrada e quais as consequências isso trouxe ao país. Ou então quem sabe seria uma segunda Furnas? Furnas nunca causou nenhum grande problema mas também não apresenta um terço do lucro que poderia apresentar caso fosse administrada por quem entende alguma coisa do setor elétrico e não apenas por aqueles que querem entender apenas dos seus próprios assuntos. Luiz Paulo Conde que me perdoe, mas é uma atentado à minha inteligência dizer que ele é o melhor para o cargo de presidente de Furnas.

É nesse quadro que começo a entender a proposta de algumas áreas do governo de reestatizar a Vale. Como brasileiro e patriota que penso que sou, fiquei indignado com o roubo à nação que foi o leilão da vale feito na pelo cidadão FHC. Mas eu prefiro que ela permaneça com o capital privado a vê-la se tornar mais um super cabide de empregos. É duro admitir, mas antes dando lucro na mão do capital estrangeiro do que na mão de políticos que não entendem nada de administração...

A nós só resta protestar contra mais esse absurdo político e torcer para que um orgulho nacional não seja mais um motivo de vergonha...